E construo castelos
Às vezes eu amo tanto
Que tiro férias.
[Medieval II – Cazuza/ Meanda]
Às vezes eu amo tanto
Que tiro férias.
[Medieval II – Cazuza/ Meanda]
É assim que a vida vai. Leve, flutuando, longe de qualquer peso, quase que desafiando a gravidade. Porque chega uma hora em que amar também cansa. Um amor indefinido cansa. Certezas demais também cansam. E quando a gente ama ao ponto de quase se perder: férias.
Já foi o disparo e as borboletas no estômago. O suspiro integral e o riso frouxo. Abobalhação. O não desligar do telefone. A espera. O ouvir uma música e achar que haveria identificação. O tentar fugir a dois. O tentar não apressar, e ao mesmo tempo planejar. O imaginar como seria. As cores. É apelido carinhoso. Já foi declaração. É tudo aquilo que Camões falou.
Mas o sentido escapa. As vontades se refugiam. As palavras perdem o significado mais intenso, que nem o dicionário ousava descrever tão bem. A música pára de tocar. O comodismo aparece. A alegria é outra. O sonho se transforma.
É estafa. É o gesto que se torna um lugar comum. Doação existe, mas brincadeira não supre toda e qualquer seriedade. É explosão de afinidade. E ainda existe o contente. Existem as mãos esfriando com casualidades. Existe a procura. O olhar perdido. O carinho. Mas o silêncio não é mais o mesmo de antes. A vida também não. Esse retirar e dizer de palavras já não agrada.
Voar faz bem. E se o mesmo céu ilumina a todos, um dia as asas poderão descansar na mesma nuvem. Mas não agora. Agora é hora de voar.
Eu acredito em paixão e moinhos lindos.