Que importa a paisagem,
a Glória, a baía,
a linha do horizonte?
-O que eu vejo é o beco.
(Poema do Beco – Manuel Bandeira)
a Glória, a baía,
a linha do horizonte?
-O que eu vejo é o beco.
(Poema do Beco – Manuel Bandeira)
É um exibir-se para a solidão, essa história. Talvez ela entenda do que se trata. Esse gosto de água e sal, por que aparece? Agonia engasgada, e o acre sabor que insiste em visitar o canto que já foi doce.
Enxerga? É dispensável esse entregar de sorrisos vazios e abraços frouxos sem encaixe. Azul e verde, todos esparsos. Cores? Lirismo? Nesse beco não moram. Não se permite festa. Não tem espaço. Mora aqui o desassossego de alma. A vida escorre aos poucos, ninguém percebe. Se perdem os reflexos, inexistem sombras. É uma clausúra a sufocar angústias. Tá ouvindo a queda d’água? É aqui dentro.
Não tem lugar para espanto. Tudo é finito. Volátil. Agora, inefável. Gestos desesperados transformam-se em cenas, em meio a uma mutação de cortinas se fechando por todos os lados. Escuta esse toque de agora: silêncio. Sim, silêncio é ouvido no beco. Enquanto o teto espalha enfeites nos longes da noite, aqui eles despencam sem leveza. A última andorinha a voar avisou do frio que caminhava. Voou. Permaneci. E a desfolhação ao redor?
Miudez de sonhos. Fugir. Fugir-se. Renascer. Ser de novo. O novo. Possível encher-se de nada? É o que convém chamar de vazio. E pesa.
Acorda, mundo! Durmo. Minto. O beco, em preto e branco. Arranha-céu. Olhos cansados de tudo.
Implodir-se. Preservar o alicerce? Deixa aqui outro viés de ilusão.
sorrisos vazios e abraços frouxos.
ResponderExcluirtanto é feito isso por dia, por que estar em pura harmonia, se o vento traz tristeza e dores inesplicaveis.
Miudez de sonho, são notaveis em pequenas palavras, que os sonhos, estão cada vez mais miudos, poucos, impuro. pra que sonhar?
Acroda mundo, esta´ me cansando dizer isso, é constante essas palavras, em meu dia. mas de que importa pros outros?
é complicado.
Lindas linhas escritas Jaya!
quantas perguntas que nos fazem pensar.
Obrigado pelo belissimo comentario em meu espaço. vejo que você é um pouco quieta na nternet. gostaria de falar mais com você.
egonhenrique_eu@hotmail.com
se quzier e tiver tempo. ^^
bjs abraços e carinhos sem ter fim ;*
um lugar cheio de vazio.
ResponderExcluiré tanto vazio que não tem lugar pra mais nada.
gostei daqui. beijo, moça.
menina do céu...
ResponderExcluirsaudades de ler essas coisinhas lindassssssssss.
e tempo q me falta...
como a vida é, né? nunca temos tempo pras coisas boas. mas é assim mesmo!
=*
Acho que eu tô meio assim...
ResponderExcluirImplodir-se é um mal necessário, por vezes. Manter o alicerce é preciso para que não nos esqueçamos de quem somos na essência...
ResponderExcluirBesos, guapa!
Obrigada pela visita na casa de praia...
=)
Tu escreveu isso pra mim né:?rs
ResponderExcluirBelo post!
Beijo*
nossa, aqui tá tão movimentado... de leitores, de textos... menos eu...snif
ResponderExcluircomo pôde ver no meu ultimo post né... claro que se lembra, te deixei com ráiva, rs...
mas, obrigada pela ráiva, desse tipo é ótima.
e as fotos? pode deixar que terás... e tudo o que tem direito, rs.
bjin
Jaya,
ResponderExcluirenxergar o beco é uma opção nossa. Talvez seja a mais cômoda. Permitir-se sofrer e ver tudo tornar cinza é muito fácil. Se você estender suas vistas pra além do beco, se surpreenderia com as cores que você não tem. Falo das cores que o horizonte traz, falo das cores que rompem qualquer silêncio. Não sei se alcancei suas metáforas. Li o texto algumas vezes e algumas partes não sorvi. Seu texto fica como algo entalado na minha garganta. Fica como uma angústia sua que me enlaça do lado de cá.
Ainda assim, você não perde sua poesia e isso é bonito sim senhora!
Beijo.
absurdamente encantada com o que aqui encontrei... vi momentos meus e me inundei de saudades... beijos!
ResponderExcluirvazio... vazio...
ResponderExcluireu gosto do modo como vc escreve.
bjo!
Que beco. Quase indecifrável, o que dirá passível de desmetaforização.
ResponderExcluirLi e reli o texto, mas quão difícil é penetrar em sua alma. Espero que as cores cheguem ao beco, e que o preto e branco não fiquem tão sós.
;)
Agora li e me entristeci.
ResponderExcluirSei do vazio, do eco, das cortinas e do céu tão grande e do vácuo. Sei bem e por saber é que fico assim, triste por você. Apesar de também estar vivendo algo assim, silêncio demais, não sinto tanto o beco.
Não tenho conselho nem palavra animadora, gostaria de tê-las. Gostaria de fazer as pessoas ficarem melhor com minhas simples palavras ou presença, mas não sou assim tão luz nem cor. Às vezes sou tão cinza que nem me aguento, rs.
Mas o que posso dizer é que tudo passa. E se estiver demorando peça ajuda, não tenha medo.
Depois do beco sempre tem uma esquina pruma rua larga movimentada e colorida. Sem lição de moral, só mesmo por que gosto da baiana, rs.
bjos
Guapa!
ResponderExcluirSó pra dizer que o Dipirona voltou...
\0/
Besos, besos...
E mantenha os alicerces, como eu já te disse lá em cima...
=)
Prefiro ser quase Pollyana. Posicionar-me na janela daquela casa da rua do beco. Ali de cima vejo o além. Vejo um pouco mais que o vazio das ruas escuras. Lá de cima a gente percebe que a cidade é grande demais pra nos prendermos à rua da solidão, apenas!
ResponderExcluirMas claro, nem sempre foi assim. E quando era esse vazio que preenchia de um oco sem tamanho o meu peito, era ao abraço-amigo que eu recorria. Sempre funciona! :)
Um beijo, querida!
Ótima semana!
apesar de já ter lido alguns de seus textos antes, eu chego aqui e me impressiono de novo... não só pela beleza, pelas suas palavras... mas por como toca aqui, sabe?
ResponderExcluireu entendo desse "cheio de nada"... ando por um momento muito vazio também, tentando arranjar um jeito de preencher com algo que sustente...
simplesmente lindo o texto!!! espere que encontre logo suas cores...
beijo
p.s.: MUITO obrigada pela passagem pelo blog!!! ele é novo, só agora estou encontrando sua identidade.. [isso significa que não vale a pena ler os posts antigos =P são daqueles que dá muita vontade de apagar!!! hehehe]. e obrigada pelo link aqui tbm ;)
Adorei o seu blog, mesmo.
ResponderExcluirPalavra-puxa-palavra. ADORO!!
ResponderExcluirTem dias que o mundo parece todo em preto e branco. Parece que estamos vivendo em um túnel sem fim.
Mas aí a gente por alguma maneira consegue enxergar de novo as cores, o ar, a liberdade...
:))
o vazio pesa... como pode, né? mas pesa muito chega a doer...
ResponderExcluirbeijos!
...Tá ouvindo a queda d’água? É aqui dentro...
ResponderExcluir"é como uma represa pronta pra jorrar..." Ana Carolina
às vezes, não há tristeza que chegue...
beijos daqui...
me emburaquei nesse emaranhado de palavras correlatas e cheias de tudo e nada, uma corrente exata dá inexatidão do nada. loucura e desafios de um texto tão , tão, tão ênfatico no meio do virtual espaço.
ResponderExcluiradorei esse blog..portanto, adorei você..beijoss...
"A luz que brilha na escuridão" é o novo post do Blog do Lelis, acesse: www.fabiolelis.blogspot.com
Oi linda vc voltou e eu sai, mas agora estamos as duas de volta. Pelo texto vi que vc continua uma escritora nata.
ResponderExcluirBjinhos!
hehehe!!! Manuel Bandeira é mesmo inspirador!
ResponderExcluirBjooooooooooooooo!!!
"Possível encher-se de nada? É o que convém chamar de vazio. E pesa."
ResponderExcluirPerfeito, Jaya!!! Mais nada a dizer!
Bjus e td de bom!
Você ficou linda se vestindo desse outono caótico... foi a imagem mais híbrida que vi por aqui, em terras suas, mas ficou claro que você se permitiu ser. E foi. Suas palavras te pintaram como você quis... sem dúvidas (e com sinestesias), aconteceu. Prazer rm re-ler-te nessa desarmonia surreal! Bjos!
ResponderExcluirSabe que eu também tive alguns vislumbres do beco ultimamente? Eu vi o cada-um-por-si, o dane-se-os-outros... Vi insegurança. Não só a vi, mas também a senti. E com a intensidade de uma queda d'água, Jaya.
ResponderExcluir"Tá ouvindo a queda d’água? É aqui dentro."
Que me desculpe o resto do texto, mas essa parte foi demais. Fechou o parágrafo com chave de diamante.
É... Pelo menos por algum tempo, voltei. ;D
Sempre entro em becos, mas saio deles bem melhor do que antes.
ResponderExcluirIsso é o que vale!
Quando entro, acendo minha luz e sigo em frente!
Beijão!
Renascer.
ResponderExcluirTalvez seja necessário fazê-lo todos os dias.
"Miudez de sonhos. Fugir. Fugir-se. Renascer. Ser de novo. O novo. Possível encher-se de nada? É o que convém chamar de vazio. E pesa."
ResponderExcluirMe vi nesse trecho, enchendo-me de vazio. E tendo sonhos pequenos.
Texto lindo como sempre, cada detalhe, cada palavra.
beijoooo
O vazio está ali , para ser preenchido, por isso gosto dessa sensação. Parece q estar plena, é estar acabada.
ResponderExcluirAdoro essa música do Los Hermanos q deu nome ao seu blog.
Bjs.