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Eu me sinto como num lugar errado, num tempo errado. Num tempo veloz, em que é melhor ter muito, muito rápido, que criar raízes lentas, cultivar aos poucos e manter por anos a água, o sol. Feito uma árvore. Que precisa estar firme, e pode estar só. Não somos mais firmes. Nunca estamos sós. As pessoas vão esquecendo que só existe EU porque existe TODO. A extrema necessidade de constante companhia cria uma profunda solidão, crônicaguda. E eu sou lenta, sou antiga. Eu quero o cuidado, a morosidade, o i-n-s-p-i-r-a-r-e-x-p-i-r-a-r. Quero ter calma para chorar, quero sofrer tudo. Quero ter tempo de o sangue coagular e a pele nascer. Sem pontos. Sem artifícios.

Não somos apáticos: tem muito tesão, tem muita paixão. E de que vale impulso se não tem porquê? Paixão é desculpa do medo, tesão é desculpa da pressa. Falta tempo para o Amor. Falta respeito ao Amor. Falta Amor. E demorou um tempo pra eu entender que é preciso definir. Porque tudo tem peso, tudo tem nome. Porque não se fazer entender é criar mentiras sobre si.

Que seja feito, que seja livre, que seja romântico. Que seja eterno, platônico, carnal. Que seja Uno, que seja Pluro. Mas que seja
sempre. Que seja o mote, o motivo, que dê c-o-e-s-ã-o à existência.

Amor [s.m.] comunhão íntima, coesão com o universo (com ou sem conotação religiosa).

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Que eu sinto, em silêncio. E ela vai escrevendo por mim. Sobre nós.

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